Síndrome de burn out: doença silenciosa que pode comprometer a vida profissional e pessoal do trabalhador


5 dez 2014 - Trabalho / Previdência

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A exaustão física e emocional, mais conhecida como síndrome de burn out, passou a ser estudada em 1974 e ainda hoje é, às vezes, confundida com estresse ou depressão. O assunto foi tema de palestra proferida pela doutora em psicologia pela USP Ana Maria Benevides durante Ciclo de Estudos sobre Meio Ambiente do Trabalho e Saúde do Trabalhador promovido pelo TRT de Goiás no dia 28 de novembro, no auditório do Tribunal Pleno.

A psicóloga, que faz atendimentos clínicos de pessoas diagnosticadas com a doença, explica que ela seria o estresse cronificado ligado ao trabalho, que apresenta características diferentes da depressão. “Seria aquela pessoa que deixou de funcionar por absoluta falta de energia”, esclarece a doutora ao comentar estudos feitos sobre a doença. Ana Maria ressalta três dimensões básicas da síndrome que são a exaustão emocional, a desumanização e a baixa realização pessoal no trabalho.

Mas o que pode levar a isso? A psicóloga explica que o relacionamento entre os colegas pode ser decisivo e a prática do assédio moral pode deflagrar a doença. “As causas e sintomas não são universais pois o mesmo estímulo pode ser ameaçador para uma pessoa e não ser para outra”, assinala a profissional.

Os principais sintomas de pessoas acometidas pela síndrome são a fadiga constante e progressiva, distúrbios no sono, dores musculares, cefaleias, pertubações gastrointestinais, imunodeficiências, transtornos cardiovasculares, distúrbios no sistema respiratório, disfunções sexuais, entre outros. Há também os sintomas psicológicos como a falta de atenção, de concentração, alterações de memória, lentificação do pensamento, sentimento de alienação, de solidão, de insuficiência, baixa autoestima, labilidade emocional, dificuldade de autoaceitação, astenia, desânimo, disforia, depressão, desconfiança, paranoia, irritabilidade.

Segundo a psicóloga os estudos também indicam outros sintomas ligados à atividade desenvolvida pela pessoa como a dificuldade de aceitação de mudanças, perda da iniciativa, aumento do consumo de substâncias, comportamento de alto risco, tendência ao isolamento e sentimento de onipotência, absenteísmo, ironia e cinismo.


Fonte: Tribunal Superior do Trabalho 18ª Região - Goiás