6 jan 2015 - Contabilidade / Societário
O começo do ano é conhecido pelo impacto negativo que costuma causar no orçamento. Vários compromissos financeiros, como impostos sobre carros e imóveis (IPVA e IPTU) começam a ser pagos em janeiro.
A forma como será feito o pagamento (parcelado ou à vista) é uma escolha que depende da atual situação financeira de cada consumidor. Veja, abaixo, as dicas de especialistas consultados pelo UOL.
Tenho dinheiro aplicado. É melhor tirar o dinheiro da aplicação e pagar as contas à vista ou manter o investimento e parcelar os gastos?Em São Paulo, quem pagar o IPVA à vista ganha um desconto de 3%. Um imposto de R$ 1.000, por exemplo, sai a R$ 970.
A outra opção é fazer o parcelamento em até três vezes. Ao abrir mão do desconto, o consumidor acaba pagando uma taxa de juros embutida de 3,13% ao mês, diz Samy Dana, economista e professor da FGV.
As regras do IPTU da capital paulista ainda não foram divulgadas, mas, se ficarem iguais às de 2014, será possível pagar à vista com desconto de 4% ou parcelar em até dez vezes. Ao optar pelo parcelamento, o consumidor paga, embutida, uma taxa de 0,92% ao mês para a prefeitura.
Essas taxas mensais (3,13% e 0,92%) precisam ser comparadas com o ganho que o consumidor tem com suas aplicações, diz Dana.
Segundo ele, esses juros são mais altos do que aqueles que têm sido pagos em aplicações como poupança (cerca de 0,6% ao mês) e CDB (0,7% mensal). Então, é melhor tirar o dinheiro da aplicação e quitar as dívidas à vista.
"Quem paga à vista também evita o risco de se esquecer da dívida e ter de pagar multa pelo atraso", diz Marcos Crivelaro, professor da Fiap. "Até fevereiro, muita gente está viajando e não é difícil esquecer o pagamento."
Não tenho dinheiro guardado para pagar as contas à vista. É melhor optar pelo parcelamento oferecido pelo governo ou pelo financiamento oferecido pelos bancos?A maioria dos bancos oferece, no começo do ano, linhas de crédito para pagamento de contas no começo do ano. O consumidor tem a opção de pegar o empréstimo, quitar todas as contas à vista e ficar devendo para o banco.
Antes de se decidir, ele precisa comparar os juros do banco com aqueles cobrados pelos governos. As taxas de juros dos bancos para essas linhas costumam ficar entre 2,5% e 3,5% ao mês.
É mais do que a taxa embutida no parcelamento do IPTU em São Paulo (0,92%), por exemplo. Então, nesse caso, compensa mais pagar os juros para a prefeitura.
No caso do IPVA, como os juros embutidos são de 3,13% ao mês, pode ser que o consumidor consiga uma condição melhor no banco.
Isso pode ser possível para quem tem acesso a crédito consignado. Agostinho Celso Pascalicchio, professor de economia da Universidade Mackenzie, diz que a taxa média do consignado, atualmente, é de 1,5% ao mês.
Não tenho dinheiro guardado e já estou endividado. O que fazer para pagar essas contas?Esse é o pior dos quadros, mas talvez o mais comum, porque muita gente gasta além da conta no fim do ano. A saída é procurar uma linha de crédito com juros mais baixos, como o crédito consignado.
Pascalicchio, da Universidade Mackenzie, sugere que o consumidor use o consignado para pagar não só novas dívidas, mas também as que se acumularam nos últimos meses. É a tática de trocar taxas maiores por taxas menores.
Fonte: UOL