11 mar 2016 - Trabalho / Previdência
Enquanto os trabalhadores ‘aplaudem’ a nova lei que amplia a licença-paternidade de cinco para 20 dias, sancionada no dia 8, pela presidente Dilma Rousseff, representantes da indústria e do comércio no Amazonas criticam a medida, que está dentro da lei que cria a Política Nacional Integrada para a Primeira Infância.
O presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, critica o longo período em que um funcionário ficará afastado de sua função em uma empresa. “Se realmente os homens usassem o período para ficar integralmente com a família, poderíamos até relevar, mas o momento da indústria é difícil”, disse o dirigente empresarial.
Périco observou ainda que empresas entendem a necessidade de o pai ficar presente nos primeiros dias de nascimento do filho, porém, os cinco dias que a lei permitia antes da nova medida, na avaliação do empresário, já atendiam as necessidades do pai e, também, da empresa.
Por sua vez, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), Ralph Assayag, foi mais incisivo ao afirmar que a nova medida acarretará prejuízos, deixando as lojas sem um contingente necessário para o trabalho. “Essa medida é estranha. O o tempo ficou maior e as lojas terão prejuízos. Não é razoável no momento que estamos passando. Estamos pagando as contas do governo, junto a isso tem as medidas desnecessárias. Mas vamos obedecer, é lei”, disse Assayag.
O empresário destacou que no caso de o tempo de licença da mãe ser o maior é totalmente aceitável. “Somos a favor que a mãe fique com a criança os seis meses, pois é necessário, mas o pai ficar tanto tempo já não é. Ele precisa apoiar a família e a mãe, porém 20 dias é um tempo grande”, afirmou.
Comemoração
Para o industriário Jefferson Nunes, o trabalhador necessita de um tempo maior para acompanhar a criança recém-nascida. “Nos primeiros meses, a criança troca o dia pela noite, e não tem como só a mãe dar conta. Há outros fatores que nos mostram que o tempo para o pai acompanhar seu filho deve ser maior”, disse o industriário.
Aprovação
Segundo o texto sancionado pela presidente Dilma, no período da licença, os pais e as mães não podem exercer qualquer atividade remunerada e a criança tem de ser mantida sob os cuidados deles. Se essa regra for descumprida, os funcionários perdem o direito à prorrogação.
O texto foi aprovado pelo Senado no início do mês passado e já havia tramitado na Câmara dos Deputados. Com a sanção, a lei entra em vigor.
Fonte: Em Tempo-AM