18 mai 2010 - IR / Contribuições
O número de novas vagas de emprego formal geradas neste ano mostra forte concentração dos postos em São Paulo, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de abril.
O Estado foi responsável por 40% do saldo total dos 962.327 novos postos de trabalho registrados no Brasil durante os quatro primeiros meses do ano. O resultado de São Paulo é duas vezes superior ao saldo de Minas Gerais, segundo maior criador no período.
Para Fábio Romão, especialista em mercado de trabalho da LCA Consultoria, o número de São Paulo tem origem em aspectos estruturais e conjunturais. Os primeiros comprovam o peso da indústria no Estado.
A análise do período, segundo ele, mostra forte contratação na indústria, que se recupera das perdas na crise. Romão aponta grande participação dos setores de metalurgia, mecânica, comunicação e transporte no resultado de São Paulo.
No país, os quatro setores da indústria registram 22.452 novas vagas em abril deste ano. No mesmo mês do ano passado, esse grupo havia dispensado cerca de 19 mil trabalhadores.
Para o Ministério do Trabalho, o elevado número de vagas geradas em São Paulo está relacionado com a indústria e reflete o peso econômico do Estado.
"São Paulo continua sendo a locomotiva, mas os vagões já estão caminhando juntos. Isso é muito bom porque descentraliza, distribui melhor a riqueza", afirma o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
O peso da indústria na geração das vagas paulistas fica claro na comparação com as outras unidades da Federação. A soma dos quatro Estados que mais criaram vagas, após São Paulo, supera em apenas 2.500 postos o registrado no líder.
Os resultados de abril também mostram maior participação do interior na geração de empregos. Para Lupi, o movimento mostra migração de parques industriais para áreas fora das regiões metropolitanas.
"Essa é a nossa diferença para o resto do mundo. Nós conseguimos fazer com que as grandes metrópoles cresçam, mas o interior também."
Os dados do Caged de abril mostraram a segunda maior geração de empregos desde 1992. As 305.068 vagas criadas ficaram abaixo da última previsão do ministério, que apontava saldo de 340 mil novos postos. Apesar disso, o número ainda é recorde para o mês.
Três Estados registraram resultado negativo em abril. Alagoas teve o pior saldo, com perda de 6.668, seguido de Pernambuco e Paraíba. Para o Ministério do Trabalho, o resultado negativo foi influenciado pela sazonalidade no campo.
O ministério também elevou a previsão para o ano: de 2 milhões para 2,5 milhões de vagas.
Fonte: Folha de S. Paulo