15 jun 2018 - Comércio Exterior
O Ministério de Comércio chinês anunciou nesta sexta-feira que, apesar de não desejar uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, responderá aos Estados Unidos "com as mesmas medidas impositivas" que este país vai impor sobre a China.
"Introduziremos imediatamente, na mesma escala, as mesmas medidas tarifárias e todos as conquistas econômicas e comerciais alcançadas por ambas as partes ficarão invalidadas", indicou o ministério chinês em comunicado publicado em seu site.
O anúncio da China aconteceu horas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, informou que sobretaxaria em 25% as importações chinesas avaliadas em US$ 50 bilhões que contêm "tecnologias industrialmente significativas", em uma nova escalada na tensão comercial com Pequim.
"A China não está disposta a travar uma guerra comercial, mas a parte chinesa não tem outra opção além de se opor firmemente a isso, devido ao comportamento míope dos Estados Unidos, que prejudicará ambas as partes", assinalou o ministério chinês.
Trump tomou a decisão em reunião na Casa Branca com seus secretários de Comércio, Wilbur Ross; do Tesouro, Steven Mnuchin, e de Comércio Exterior, Robert Lighthizer.
Precisamente no último dia 3, o secretário Ross visitou Pequim na terceira fase de uma rodada de negociações na qual os dois países tinham chegado inclusive a um acordo.
No início de maio, os dois governos concordaram em evitar uma guerra comercial depois que os EUA suspenderam a possível imposição de tarifas no valor de US$ 150 bilhões para centenas de produtos chineses por temas de propriedade intelectual, enquanto a China se comprometeu a aumentar "significativamente" as suas compras de bens e serviços dos Estados Unidos para equilibrar a balança comercial.
No entanto, o presidente Trump afirmou que não estava satisfeito com o acordo e anunciou hoje novas medidas contra o que considera roubo de propriedade intelectual e tecnológica e outras práticas comerciais injustas feitas pela China.
As novas tarifas, indicou a Casa Branca em comunicado, "são essenciais para prevenir maiores transferências injustas de tecnologia e propriedade intelectual dos EUA para a China", e "protegerão os empregos no país".
Fonte: Agência EFE