14 set 2018 - Comércio Exterior
Após um período de baixa, o setor do café começou a mostrar sinais de recuperação. As exportações cresceram 30,4% em agosto na comparação do mesmo mês de 2017. Segundo balanço do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), 3,4 milhões de sacas foram vendidas para o exterior. As receitas em agosto chegaram a US$ 470,6 milhões, uma alta de 10% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O crescimento das exportações representa, segundo o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, o início de uma safra melhor do que a dos últimos anos. De acordo com ele, a safra começa oficialmente em julho, mas grande parte do café já foi colhida e está agora sendo embarcada. Os resultados mostram, por exemplo, a recuperação das plantações do café tipo conillon. “Nós tivemos também o conillon sentindo as consequências do déficit hídrico dos últimos anos”, destacou Matos sobre um dos problemas que o setor enfrenta desde 2015.
Expectativa de crescimento
Na avaliação do diretor-geral, na safra 2018/2018, o Brasil deve confirmar as previsões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estimativa aponta que a safra corrente pode alcançar as 58 milhões de sacas, o que representaria um crescimento de 30,1% em relação às 45 milhões de sacas da colheita anterior.
Matos acredita que, em 2018, as vendas para o exterior fiquem no patamar de 34 milhões de sacas. No ano passado, foram exportados 31 milhões de sacas. Para Matos, esse aumento é importante para o Brasil manter a fatia que tem no mercado global, de 32,5% das vendas globais, sendo o maior exportador mundial. “Para nós mantermos o nosso market share nós temos que crescer”, enfatizou.
De acordo com ele, a demanda mundial cresce a um ritmo de 2,2% ao ano. A produção brasileira é vendida para cerca de 130 países. Os Estados Unidos são o principal comprador – de janeiro a agosto foram o destino de 17,5% das exportações, seguidos pela Alemanha (15,3%) e pela Itália (9,3%).
Preços mais baixos
No acumulado até agosto, as exportações brasileiras totalizaram 20,5 milhões de sacas, uma alta de 4,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, devido à queda do preço do produto, as receitas tiveram uma queda de 7,5%, ficando em US$ 3,1 bilhões.
Em agosto, o preço médio da saca ficou em US$ 138,2, uma queda de 15,6% em relação aos US$ 163,8 negociados no mesmo período de 2017.
Fonte: Agência Brasil - EBC