5 nov 2018 - Comércio Exterior
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) divulgou no dia 1º/11, em entrevista coletiva realizada em Brasília, os dados da balança comercial do mês de outubro. Foi o segundo maior valor para as exportações já registrado na série histórica, com as vendas externas do país atingindo de US$ 22,226 bilhões, o que representa um crescimento de 12,4% em relação a outubro de 2017, e de 0,7% em relação a setembro de 2018, pela média diária. No período em análise, as importações totalizaram US$ 16,105 bilhões, aumento também de 12,4% sobre o mesmo período do ano anterior (US$13,6 bi), e retração de 1,5% sobre setembro de 2018, pela média diária. O saldo comercial do mês apresentou superávit de US$ 6,121 bilhões, valor 17,9% superior ao alcançado em igual período de 2017, US$ 5,193 bilhões.
Para Herlon Brandão, diretor de Estatística e Apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, um dos principais destaques foram as exportações de soja, que surpreenderam. "Embarcamos mais de 5 milhões de toneladas de soja em outubro, o que não é comum para o mês, e em todo o ano foram 74 milhões de toneladas. É um recorde, mesmo considerando anos fechados. E 80% da soja brasileira embarcada para o exterior tem a China como destino. O país tem demandado muito a soja brasileira", disse.
No acumulado do ano, as exportações foram de US$ 199,171 bilhões. Sobre 2017, houve um crescimento de 8%, pela média diária. As importações, de janeiro a outubro, somaram US$ 151,450 bilhões, com aumento de 20,6%, também pela média, sobre o mesmo período de 2017 (US$ 125,009 bilhões). O superávit acumulado está em US$ 47,721 bilhões.
Exportações
No mês, as exportações por fator agregado alcançaram os seguintes valores: básicos (US$ 11,172 bilhões), manufaturados (US$ 7,737 bilhões) e semimanufaturados (US$ 3,191 bilhões). Sobre o ano anterior, cresceram as exportações de produtos básicos (26%), manufaturados (5,5%) e semimanufaturados (3%).
Na comparação com outubro de 2017, no grupo dos básicos, aumentaram as vendas principalmente de petróleo em bruto (126,8%), soja em grão (114,2%) e algodão em bruto (1,1%).
No grupo dos manufaturados, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, cresceram as vendas principalmente de gasolina (de US$ 4 milhões para US$ 135 milhões), óleos combustíveis (732,7%), partes de motores e turbinas para aeronaves (280,4%), aviões (101,1%), tubos flexíveis de ferro e aço (79,9%), etanol (51,2%), óxidos e hidróxidos de alumínio (32,4%), suco de laranja não congelado (23,4%), polímeros plásticos (2,5%) e motores para veículos e partes (2,4%).
Entre os semimanufaturados, cresceram as vendas principalmente de semimanufaturados de ferro e aço (75,8%), ferro ligas (11,4%), celulose (9,7%) e madeira serrada (9%).
Acumulado do ano
No acumulado de janeiro a outubro, registraram crescimento em relação a igual período de 2017 os produtos básicos (13,6%) e manufaturados (6,7%), enquanto que decresceram as vendas de semimanufaturados (-2,9%).
Com relação à exportação de básicos, houve aumento na receita de petróleo em bruto (42 %), farelo de soja (28,7%), soja em grão (23,1%), carne bovina (9,9%), e minério de cobre (9,9%).
No grupo dos manufaturados, ocorreu crescimento principalmente em plataforma para extração de petróleo (350,9%), partes de motores e turbinas para aeronaves (113,6%), óleos combustíveis (102,2%), motores para veículos e partes (22,1%), máquinas para terraplanagem (19,1%) e suco de laranja não congelado (10,2%).
Entre os semimanufaturados, as maiores quedas ocorreram nas vendas de açúcar em bruto (-39,2%), couros e peles (-24,5%), ouro em forma semimanufaturada (-7,2%) e ferro fundido (-4,7%). Por outro lado, cresceram as vendas de celulose (33,1%), catodos de cobre (23,9%) e semimanufaturados de ferro e aço (22,7%).
Por mercados compradores, cresceram as vendas para os principais destinos: América Central e Caribe (41,8%), Oceania (21%), União Europeia (15,7%), Ásia (13,6%) e Estados Unidos (6,2%). Os principais países de destino das exportações, no acumulado do ano foram China (US$ 55,5 bilhões); Estados Unidos (US$ 23,7 bilhões); Argentina (US$ 13,3 bilhões); Holanda (US$ 10 bilhões) e Chile (US$ 5,2 bilhões).
Importações
Em outubro, cresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (24,2%), bens intermediários (11,2%), bens de capital (11,1%) e bens de consumo (7,8%).
No grupo dos combustíveis e lubrificantes, o crescimento ocorreu principalmente pelo aumento das compras de petróleo em bruto, óleo diesel, carvão, gás natural e querosene de aviação.
No segmento de bens intermediários cresceram as aquisições de cloreto de potássio, naftas para petroquímica, partes de aparelhos para telefonia, ureia, caixas de marchas, partes de aparelhos de radiodifusão, tubos flexíveis de ferro e aço, trigos e misturas de trigo, catodos de cobre e microprocessadores.
Com relação a bens de capital, aumentaram as compras, principalmente, de veículos de carga, plataforma para extração de petróleo, máquinas e aparelhos mecânicos, equipamentos terminais ou repetidores, instrumentos cirúrgicos, aparelhos de comutação para telefonia, instrumentos de medida e bombas centrífugas.
No acumulado do ano, houve crescimento em relação ao mesmo período de 2017 em bens de capital (74,2%), combustíveis e lubrificantes (25,3%), bens de consumo (13,8%) e bens intermediários (12,2%).
Por mercados fornecedores, no mesmo comparativo, cresceram as compras originárias dos principais mercados: América Central e Caribe (69,3%), Oriente Médio (37,9%), Ásia (22,7%), África (15,2%), Estados Unidos (13,8%), Mercosul (12,5%) e União Europeia (10%).
Os principais países de origem das importações, de janeiro a outubro, foram China (US$ 30,5 bilhões), Estados Unidos (US$ 23,7 bilhões), Argentina (US$ 9,2 bilhões), Alemanha (US$ 9 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 4,7 bilhões).
Fonte: MDIC