11 mar 2019 - IR / Contribuições
O número de restituições de Imposto de Renda deve ser maior neste ano. Em entrevista para o Correio, o coordenador nacional de IR da Receita Federal, Joaquim Adir, afirmou que o Fisco estima que cerca de um terço dos 30,5 milhões de contribuintes que devem declarar receba restituição. Até ontem, segundo dia de entrega, 976 mil contribuintes já haviam cumprido com a obrigação. Esse número é recorde em relação aos anos anteriores. No ano passado, a Receita registrou um total de 300 mil declarações no primeiro dia. Entre as novidades deste ano, estão a obrigatoriedade indicar o CPF de todos os dependentes e alimentandos e a possibilidade de saber 24 horas depois da entrega se entrou ou não na malha fina.
“No ano passado, tivemos um pouco mais de 600 mil declarações na malha e já tivemos anos com 2 milhões. Hoje, cresce o número de declarações e decresce o número na malha. A tendência é de que o contribuinte vá deixando de errar”(foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A. Press)O número de declarações entregue até agora é bom?
É maior do que nos últimos anos. Como disponibilizamos no dia 25, o pessoal aproveitou o carnaval para fazer a declaração; então, esse número surpreendeu. No ano passado, recebemos no primeiro dia em torno de 300 mil; então, nesse ano foi superior.Algum erro já detectado?
Nenhum problema por enquanto. Nesses primeiros dias ainda estamos processando.Quais as principais mudanças na declaração de renda deste ano?
É um ano com mudanças mais internas do que externas. Muitas dúvidas surgiram, então, resolvemos fazer algumas mudanças, como a necessidade de informar o CPF de dependentes e alimentandos de qualquer idade. Hoje, há uma necessidade desse cruzamento para liberar mais rápido as restituições ao contribuinte. As mudanças internas foram de ajuda. Por exemplo: a doação para o Estatuto da Criança e do Adolescente ficavam um pouco escondidas no programa. Hoje, está um pouco mais clara, aparece na esquerda do programa, com uma ficha própria destacada.Quais são os erros mais comuns dos contribuintes?
O contribuinte cai na malha quando há divergência entre a declaração dele e as informações que a Receita possui. Geralmente, errou ou não informou correto as informações do empregador. Às vezes, há também divergência entre os pagamentos com saúde e escola, ou o contribuinte declara só a fonte principal e se esquece da segunda. Outro erro é com a não inclusão dos rendimentos dos dependentes. Neste ano, ao entregar a declaração, ele poderá consultar o extrato após 24 horas e saber se caiu ou não na malha fina.O brasileiro sabe declarar imposto?
Pessoa jurídica tem uma estrutura toda para pagar seus impostos. A pessoa física geralmente se preocupa com isso uma vez ao ano. A maioria não sabe bem como que funciona, mas a Receita tem procurado sempre fazer um programa amigável para que todo contribuinte possa fazer a declaração.Como estamos em relação aos outros países?
Estamos bem à frente de outros países. A maioria ainda tem formulários e uma dificuldade maior. A nossa legislação favorece nosso trabalho.A receita está mais rigorosa?
O papel da Receita é ser rigorosa. Ela tem que fazer com que todos os contribuintes paguem corretamente. Ela procura fazer mais justo e cobrar.Já tem uma estimativa de quanto a receita vai devolver aos contribuintes?
O macro é que um terço do total de declarações normalmente tem restituição.Historicamente, o percentual de erro dos contribuintes varia em quanto?
Isso é muito dinâmico. Quando encerrar o prazo, em 30 de abril, terá muitos contribuintes com divergências. Aos poucos, eles vão olhando o extrato e corrigindo. Entre o início de maio até dezembro, tem uma mudança muito grande. No ano passado, tivemos um pouco mais de 600 mil declarações na malha e já tivemos anos com 2 milhões. Hoje cresce o número de declarações e decresce o número na malha. A tendência é de que o contribuinte vá deixando de errar.Fonte: Correio Braziliense