Setor externo foi fundamental para reação à crise, afirma Guedes em evento com exportadores e importadores


16 nov 2020 - Comércio Exterior

Impostos e Alíquotas por NCM

Segundo o ministro, exportações continuam em ritmo forte e país tem avançado em direção à maior abertura comercial.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou, nesta sexta-feira (13/11), durante participação no 39º Encontro Nacional de Comércio Exterior – evento promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e transmitido pela internet – que o setor externo foi fundamental para a reação à crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Para Guedes, o Brasil está caminhando em direção a uma maior abertura comercial.

“As exportações continuam em um ritmo forte e, particularmente em relação à Ásia, que é o novo eixo de crescimento da economia global, o Brasil está tendo superávit de cerca de US$ 40 bilhões neste ano”, frisou.

Durante o evento, o ministro salientou a importância do compromisso com o controle dos gastos públicos e reforçou que o país tem conseguido atacar privilégios. Ele citou como exemplos de medidas bem-sucedidas a aprovação da Nova Previdência e a redução da taxa básica de juros. “Nós teremos uma economia de juros de quase R$ 400 bilhões, o que é metade do que conseguiremos com a Previdência, mas isso em apenas em quatro anos”, disse, referindo-se à estimativa de R$ 800 bilhões em 10 anos com a reforma da Previdência.

Guedes destacou ainda que os processos de digitalização do governo federal vêm gerando melhorias na produtividade da máquina pública, reduzindo a necessidade de reposição dos servidores que têm se aposentado. A suspensão de reajustes a servidores públicos até o próximo ano também foi considerada pelo ministro medida importante para reduzir o peso das despesas obrigatórias nas contas públicas dos entes federativos.

Teto de gastos

Guedes defendeu também o teto de gastos, ao considerá-lo como uma barreira à irresponsabilidade com as contas públicas.  “É importante que lutemos para manter o teto e para mudar justamente o eixo da economia brasileira, que era baseada nos investimentos dirigidos pelo governo”, afirmou. O ministro considerou ser fundamental a redução da participação do governo na economia. “Não aumentaremos impostos e não queremos furar o teto para gastar mais. Queremos que a pressão do teto ajude a transformarmos o ambiente fiscal brasileiro e criar um novo regime fiscal”, considerou.

Recuperação da crise

O ministro assegurou que o país está saindo da crise. “Numa época em que houve a maior crise de saúde mundial, o Brasil está conseguindo atravessar esta onda com uma perda de empregos menor do que aconteceu durante as autoimpostas crises do passado. Os erros passados de política econômica causaram mais dano do que a pandemia quando bateu no Brasil. E nós reagimos”, frisou.

O ministro lembrou que o país perdeu cerca de 550 mil empregos e que esse número pode ser menor até o fim do ano à medida em que mais empregos sejam recuperados. Nos anos de 2015 e 2016, foram perdidos cerca de 650 mil empregos e 687 mil empregos, respectivamente.

O desafio, segundo Guedes, é de que essa retomada, resultado de uma recuperação cíclica, seja transformada em um crescimento sustentado, transformando “a onda de ampliação de consumo em onda de ampliação de investimentos”, frisou. Para isso, ele destacou ser necessária a continuidade da agenda de reformas, com o avanço dos marcos regulatórios para setores como saneamento, eletricidade, gás natural, petróleo e cabotagem e a aceleração de processos de privatizações e concessões.


Fonte: Ministério da Economia