2 mai 2011 - Simples Nacional
Estabilidade e incentivos federais explicam aumento, dizem especialistas
O volume de crédito às MPEs (micro e pequenas empresas) brasileiras está em ascensão. O principal sinal é o saldo dos desembolsos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a esse segmento, que dobrou de 2009 para 2010, pulando de R$ 11,6 bilhões para R$ 23,7 bilhões.
Entre as grandes, o aumento chegou a 9,17% (de R$ 112,4 bilhões para R$ 122,7 bilhões). O BNDES é o maior financiador das MPEs.
No cômputo geral do crédito do sistema financeiro, a expansão foi de 11% na faixa dos aportes de até R$ 100 mil -que representa as MPEs- nos últimos 12 meses.
O movimento indica fortalecimento dos negócios de pequeno porte, avalia Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Para especialistas, o resultado se deve à combinação da estabilidade monetária com algumas ações do governo federal, como o cartão BNDES, que, em 2010, ampliou o limite máximo de R$ 500 mil para R$ 1 milhão por cartão (cada empresa pode ter um por banco emissor).
Segundo o chefe do departamento de operações indiretas do banco, Edson Moret, em 2010 foram concedidos mais de R$ 4 bilhões pelo cartão, e as projeções para 2011 são atingir R$ 8 bilhões.
Outra iniciativa federal, o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), criado em 2009 para estimular produção, aquisição e exportação de bens de capital e inovação tecnológica, foi prorrogado até dezembro. Ele seria suspenso em março.
Desde março deste ano, a taxa de juros para a compra de bens ficou menor para as MPEs (6,5%), com relação às grandes empresas (8,7%).
Nem as medidas do Banco Central para frear a economia e a inflação -aumento de juros e restrição ao crédito- inquietaram o mercado.
Mesmo assim, Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian, recomenda cautela às MPEs. "Elas são sensíveis a percalços econômicos."
Fonte: Folha de São Paulo