9 jun 2011 - IR / Contribuições
A caderneta de poupança fica ainda menos atrativa com a nova alta de 0,25 ponto porcentual promovida na taxa básica de juros (Selic). Os fundos de renda fixa e alguns títulos do Tesouro Direto, por sua vez, fazem o caminho contrário e se consolidam como boas alternativas aos pequenos investidores.
No mês passado, com a taxa Selic ainda em 12% ao ano, esse efeito foi sentido na prática. Segundo o Banco Central, em maio, os investidores sacaram R$ 1,3 bilhão mais do que depositaram na poupança.
Já os fundos de renda fixa receberam novos depósitos de R$ 3,4 bilhões durante o mês passado, de acordo com a Anbima (associação que representa as entidades do mercado financeiro). Os dois resultados são os maiores registrados em maio desde 2006.
"Assim como os fundos de renda fixa, os DI também são melhores alternativas do que a poupança neste momento", diz Fábio Colombo, administrador de investimentos. O especialista lembra que é importante checar a taxa de administração dessas modalidades de investimento antes de optar pela aplicação.
Já no Tesouro Direto, diz Colombo, é preciso saber escolher qual o melhor título para o atual momento econômico.
Para o administrador de investimentos, as LFTs e as NTN-Bs (ambas pós-fixadas) são as melhores opções disponíveis. "Mas deve-se manter o investimento por pelo menos dois anos para que o Imposto de Renda seja o menor possível." Fábio Colombo comenta que, na sua opinião, deve-se pôr até 20% do saldo total destinado aos investimentos nesses títulos.
Sobre os títulos prefixados do Tesouro Direto, o especialista diz que são arriscados para pequenos investidores, já que qualquer alteração inesperada no juro poderá causar perdas. "Também pode causar ganhos. Ou seja, nos prefixados há risco", comenta.
Há, no entanto, alguns especialistas mais arrojados que preferem indicar a aplicação nos prefixados, na confiança de que a Selic não terá alta significativa de agora em diante.
"Títulos prefixados vendidos no Tesouro ou fundos prefixados oferecem risco um pouco maior. Mas, até o momento, a inflação tem vindo cada vez mais fraca", diz José Góes, economista da Wintrade, ao comentar que o juro deve parar de subir no curto prazo e, portanto, os prefixados são melhores alternativas de investimento neste momento.
Bolsa
Quem aplica em ações não deve sentir alterações nos investimentos por causa da alta na taxa básica de juros. "A Bolsa de Valores de São Paulo já tem apresentado volatilidade, por fatores externos. Esta alta da Selic já era esperada pelo mercado", considera o analista da SLW, Pedro Galdi.
Fábio Colombo acrescenta que os preços das ações estão baixos. "Então, creio que, para quem tem apetite ao risco, é um bom momento para começar a comprar ações. Sempre gradativamente", pondera. Aos que não têm experiência com ações, Colombo sugere a adesão a fundos de ações ou com portfólio diversificados.
Fonte: O Estado de S.Paulo