16 mar 2012 - IR / Contribuições
Os meses de março e abril, tradicionais entre as empresas de contabilidade como períodos de alta demanda em função da entrega do IR, trazem consigo necessidades peculiares dentro das companhias do setor
Os meses de março e abril, tradicionais entre as empresas de contabilidade como períodos de alta demanda em função da entrega do Imposto de Renda, trazem consigo necessidades peculiares dentro das companhias do setor. Entre as estratégias adotadas, estão a contratação de funcionários temporários, aumento dos turnos. A alta demanda, no entanto, também significa instabilidade nos sites do governo. Para lidar com a instabilidade e usar a capacidade máxima de funcionários empresas como a ContaMais, Millenium, se organizam para registram alta de até 40% em seus negócios nesse período.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP), José Maria Chapina Alcazar a apreensão por parte do sindicato fica por conta da instabilidade do servidor do governo federal que pode deixar alguns escritórios na mão. "A nossa apreensão é para a instabilidade do sistema de recepção de documentos da Receita Federal do Brasil na Internet, que geralmente fica instável ou inoperante diante de uma alta demanda", explica.
A solução, para Chapina, é que as empresas não deixem os documentos para ser enviados na última hora. "Como entidade representativa do segmento empresarial contábil, o Sescon-SP aconselha as empresas a não deixarem o envio dos documentos para a última hora, se resguardando dessa forma, desses possíveis transtornos".
Para lidar com esta demanda o escritório de contabilidade ContaMais, localizado em Campinas e com atuação em toda grande São Paulo já aumentou o pessoal contratado. "Este ano aumentamos em 20% o número de funcionários efetivados e 10% o pessoal temporário, já pensando nesta demanda", como esclareceu Carlos Almeida Junior, sócio da empresa.
O executivo explica que a alta da demanda chega em até 40%. "Temos contas tanto de pessoas físicas quanto jurídicas, então, há sim um aumento grande de demanda em que realocamos pessoal, e treinamos para dialogar com o cliente, atentando para prazos e necessidades do fisco", disse ele.
Para este ano, o escritórios contábil terá que ficar de olho na mudança no modo de envio criado pelo Governo para mandar os documentos ao leão. "A principal mudança este ano é extinção do formulário de papel, que até o ano passado era permitida. Nos últimos anos, o modo de envio desses dados tem se tornado estável, com pequenas mudanças ano a ano, como a abertura de um novo campo, por exemplo", diz.
Chapina explica ainda que esta prática de contratação de temporários é comum neste período do ano. "Há um aumento considerável da demanda nos meses de março e abril para as empresas de contabilidade. Cada uma adota um sistema diferente, com contratação de temporários ou diferenciação de turnos", crê o presidente do Sescon-SP. E o aumento de turnos foi a solução adotada pela empresa baiana Conta Mais. Com 60 % de seus negócios voltados para pequenas empresas e pessoas físicas a conversa com o cliente requer ainda mais cuidados. "Não é simples explicar para um microempresário a necessidade de mandar uma série de documentos e estar em dia com a receita", explica Dalton Marcolino, gerente de novos negócios da empresa.
Fraudes e pleitos - Ano passado a Receita Federal realizou no País uma série de fiscalizações em escritórios de contabilidade, afim de pegar fraudes dentro das apresentações. Na opinião de Chapina, no entanto, o número dessas ações deve cair bruscamente, em função da melhoria do sistema adotado pelo País para recolhimento de dados. "A inteligência fiscal brasileira hoje é uma das mais sofisticadas do mundo. Isso significa que, cada vez menos, a Receita Federal precisará realizar essas fiscalizações in loco, pois, por intermédio de informações de outras declarações, como a DMED (saúde) e a Dimob (imobiliárias), e o seu poderoso processo de cruzamento de dados, o órgão já pode verificar essas fraudes em seus próprios sistemas"
Para os próximos anos, o executivo ressalta, a tendência é que a facilidade aumente ainda mais. "Essa capacitação fiscal da Receita Federal Brasileira é tão grande atualmente que, em breve, a declaração de imposto de renda pessoa física já virá preenchida, e restará ao contribuinte apenas confirmar os dados ou não", diz.
E para que o País chegue nesse estágio almejado pelo presidente do sindicato, uma das reivindicações de Chapina está associada á melhoria dos sites do Governo. "Esse é um pleito constante do Sescon-SP, não apenas para o envio da declaração de imposto de renda pessoa física, mas também para todas as obrigações acessórias. Pedimos não apenas a melhoria da parte tecnológica, mas também a equalização dos prazos de vencimento de muitas exigências fiscais, já que muitas delas se centralizam em datas próximas", finaliza Chapina.
Fonte: SESCON-SP