11 ago 2010 - Contabilidade / Societário
Com foco no aprimoramento e na atualização profissional do setor contábil, começa hoje e vai até sexta-feira, no Campos do Jordão Convention Center, em Campos do Jordão (SP), a 22ª edição do Encontro das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Eescon), promovido pelo Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon). A entidade estima reunir mil pessoas, entre autoridades, empresários e profissionais de contabilidade, para participar de palestras, debates e encontros de negócios. "Abordaremos diversos temas que os empresários precisam dominar para sobreviver e ter sucesso no mercado", afirma José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sescon.
Para traçar um perfil do setor e dar às empresas subsídios para impulsionar novos negócios, o Sescon apresenta no evento a "Pesquisa de Avaliação de Preços e Serviços praticados pelas Organizações Contábeis do Estado de São Paulo", um levantamento bienal realizado pelo instituto de pesquisas Vox Populi entre os dias 10 e 24 de junho de 2010, com contadores, gerentes ou proprietários de empresas associadas ao sindicato. "Ressaltamos que a intenção desse trabalho não é produção de uma tabela referencial de honorários impositiva ou de regulação do mercado, prática inclusive passível de punição pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)", como ressalta o empresário.
Palestras
Os painéis com empresários e representantes das principais entidades do setor são o ponto alto do encontro, com temas como ética e transparência; a necessidade de adaptação às novas tecnologias; o futuro e as novas oportunidades da atividade; o papel do marketing e do planejamento estratégico e a importância da criatividade e da inovação para o desenvolvimento dos negócios. "Além disso, teremos a chance de conhecer mais de perto as estruturas montadas pela Receita Federal e pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, e as inteligências empregadas por elas em seus relacionamentos com o contribuinte", destaca.
De acordo com Fábio Ejchel, superintendente adjunto da Receita Federal do Brasil em São Paulo, responsável pelo painel, a intenção é discutir o impacto da tecnologia na área tributária das empresas e na entrega das obrigações acessórias, e detalhar os sistemas de arrecadação, programação e fiscalização. "Vamos tentar tirar todas as dúvidas possíveis. A idéia é estreitar a relação com a sociedade, prestar contas, dar informações e perceber as angústias das pessoas que utilizam os sistemas."
Nova lei
A crescente regulação e os novos caminhos do setor contábil também estão entre os temas apresentados no evento, como por exemplos a lei 12.249, sancionada em junho, que prevê a cassação do registro profissional ao contador que cometer falta grave e traz de volta a obrigatoriedade do exame de suficiência a contabilistas.
O presidente do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo, Domingos Orestes Chiometo, debate o tema em painel sobre ética e os novos caminhos do setor contábil, que abre as palestras. "Com o aumento da penalidade o índice de infrações do setor contábil vai diminuir bastante. Os profissionais que não estejam comprometidos serão sempre substituídos", diz.
Por causa da lei, a partir de 1º de novembro passa a ser obrigatória a aprovação no exame para o exercício da atividade contábil, e a previsão é de que a prova seja aplicada em março de 2011. "Certamente a novidade é impactante para aqueles que estão para obter o registro profissional, mas quem não estiver hoje preparado para esse cenário de constantes transformações e ainda não primar pela excelência na prestação de serviços, estará fora do mercado de trabalho", avalia o presidente do Sescon, Chapina Alcazar.
As oportunidades de negócios do setor contábil proporcionadas pela globalização das empresas e pela convergência da contabilidade brasileira ao padrão internacional também são abordadas no encontro. A ampliação da oferta de prestação de serviços, assim como já acontece entre grandes empresas de auditoria, é um dos reflexos abordados.
"Os empresários da contabilidade não serão mais apenas registradores: passarão a atuar no dia-a-dia dos negócios, cuidando de tudo o que for burocrático-administrativo ou que possa envolver contabilidade", analisa o contador Irineu de Mula, ex-vice-presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
O presidente da KPMG, Pedro Melo, reforça o argumento e também falará sobre oportunidades, com base na experiência da auditoria. "Com a consolidação da atividade contábil, fica mais fácil definir as áreas de atuação dos contadores e será mais fácil para os contadores agregar serviços como gestão financeira e melhoria de processos", analisa.
Fonte: DCI – SP