Escritório partilhado tem até academia


30 ago 2013 - Contabilidade / Societário

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A criação de espaços de coworking, ou escritórios compartilhados, está atraindo cada vez mais investidores. No site Coworking Brasil, que lista empresas do segmento, há mais de 60 endereços em onze Estados. A ideia dos empreendimentos é oferecer todos os serviços de um escritório tradicional, com computadores, acesso à internet e até áreas de lazer. Para quem opta pela facilidade, uma das vantagens é o networking entre os usuários e as startups que dividem o mesmo local. Com o aumento de alternativas no mercado, os empreendedores investem em diferenciais como a oferta de academias, churrasqueiras e atendimento 24 horas.

Criado no início do ano, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, o Coworking Espaço Conceito tem 120 metros quadrados de área e oferece 26 mesas de trabalho e salas privativas com recursos de áudio conferência. Conta ainda com academia, estacionamento e bicicletário, segundo os diretores Marcelo Ribeiro e Gustavo Almeida que, antes de entrarem no ramo, montavam projetos de infraestrutura para multinacionais no Brasil.

O espaço funciona 24 horas e já conta com oito clientes, de áreas como seguros, finanças e recursos humanos. "Temos 21 pessoas trabalhando e a meta é ocupar 36 posições, durante todo o ano", diz Ribeiro. Os contratos atuais são anuais, mas é possível fechar planos por hora, a partir de R$ 10. No plano básico, de seis horas diárias ao mês, o valor sobe para R$ 650.

Os sócios investiram R$ 400 mil para abrir o negócio e pretendem faturar R$ 229 mil em 2013. "A maior dificuldade no setor é explicar o que é o coworking para quem nunca teve contato com o conceito e que as outras pessoas que trabalham no local não vão atrapalhar a sua operação", diz. "Ao contrário, os grupos agregam no dia a dia, com mais networking."

No próximo ano, a ideia dos empresários é abrir mais quatro unidades, nas regiões das avenidas Paulista, Luis Carlos Berrini e na Vila Olímpia. O investimento previsto é de cerca de R$ 1,8 milhão.

Para Homero Ramirez e Ana Carolina Salmi, sócios da Oficina Coworking, aberta em abril na região da Paulista, um dos maiores obstáculos para ingressar no mercado é achar um bom endereço. "Os valores de aluguel são altos e não existem fontes de financiamento para os empreendedores", afirmam.

Com 450 metros quadrados de área, a Oficina Coworking tem

40 estações de trabalho, três salas de reunião e duas salas de treinamento com monitores LCD para apresentações.

O local conta com 17 empresas no total, de áreas como tecnologia, advocacia e turismo. O objetivo é chegar a 30 companhias. "É possível contratar estações de trabalho de forma avulsa ou sem limite de tempo", afirma Ana Carolina. Há opções de planos diários a partir de R$ 63. Para abrir a empresa, os sócios gastaram 18 meses para o planejamento do negócio, visitas a espaços similares e pesquisa de mercado. Investiram cerca de R$ 500 mil para tirar a ideia do papel. A estimativa de faturamento em 2013 é de até R$ 300 mil.

Inaugurado no início do mês, nos Jardins, o Space 242 aposta nas áreas de uso comum para atrair mais clientes. Tem um jardim com bicicletário, sala de jogos e um solário com churrasqueira. "A intenção é fazer com que os usuários interajam e façam negócios com outros 'co-workers'", diz o sócio Fábio Zugman, que deve faturar R$ 300 mil no primeiro ano de atividade.

Uma das ideias de Zugman, autor de seis livros sobre administração e empreendedorismo, é oferecer um site em que as empresas participantes possam se apresentar às companheiras de escritório e firmas externas. Em menos de um mês em funcionamento, tem duas companhias instaladas. Oferece pacotes diários a partir de R$ 59.

Há quase três anos no mercado de coworking, a sócia do MyJobSpace, Ana Fontes, aumenta a cartela de clientes com a ajuda das redes sociais, distribuição de folhetos e parcerias com restaurantes da região do Jabaquara, onde fica o escritório compartilhado. Com 550 metros quadrados de área, abriga 55 pessoas de mais de 20 empresas dos segmentos de serviços e consultorias. "A meta é chegar a 50 companhias, até 2014", diz a empresária, que comandava um site de elogios na internet, o Elogieaki. "Os brasileiros estão empreendendo mais e ter um escritório próprio sai mais caro."

 

Mineiros exploram novo nicho

Sete empresas mineiras criaram o Grupo Coworking de Minas Gerais (GCMG) para difundir o novo conceito de escritório compartilhado e oferecer soluções de redução de despesas para quem já tem ou deseja montar um negócio no setor. A estimativa é que, até o fim de 2013, o volume de usuários de coworking no Estado aumente 30% em relação a 2012.

Segundo Francisco Amaral, representante do GCMG, a maioria dos escritórios associados foi criada em 2012 e têm, em média, 150 metros quadrados de área, 20 empresas e 25 pessoas por espaço. O investimento na criação dos endereços foi, em média, de R$ 400 mil. "A meta dos empresários é chegar a uma média de 30 contratos por operação", diz.

Os preços para utilizar os espaços variam de R$ 150 a R$ 800 mensais, dependendo do plano e serviços escolhidos. A estimativa de faturamento em 2013 é de R$ 250 mil, por escritório.

No Paraná, André Pegorer mantém o Nex Coworking, em Curitiba, desde 2011. O empreendimento tem 220 metros quadrados de área e ocupa um andar inteiro de um prédio histórico no bairro do Batel. A capacidade é para 38 usuários simultâneos.

Em 2013, a expectativa é crescer 20%, no número de contratos, ante 2013, chegando a 75 empresas residentes. No ano passado, faturou R$ 320 mil.


Fonte: Valor Econômico