Publicado no DOU em 30 mar 1993
Institui o Código de Ética Profissional dos (as) Assistentes Sociais e dá outras providências.
A Presidente do Conselho Federal de Assistentes Sociais - CFAS, no uso de suas atribuições legais e regimentais, e de acordo com a deliberação do Conselho Pleno, em reunião ordinária, realizada em Brasília, em 13 de março de 1993,
Considerando a avaliação da categoria e das entidades do Serviço Social de que o Código homologado em 1986 apresenta insuficiências;
Considerando as exigências de normatização específicas de um Código de Ética Profissional e sua real operacionalização;
Considerando o compromisso da gestão 90/93 do CFAS quanto à necessidade de revisão do Código de Ética;
Considerando a posição amplamente assumida pela categoria de que as conquistas políticas expressas no Código de 1986 devem ser preservadas;
Considerando os avanços nos últimos anos ocorridos nos debates e produções sobre a questão ética, bem como o acúmulo de reflexões existentes sobre a matéria;
Considerando a necessidade de criação de novos valores éticos, fundamentados na definição mais abrangente, de compromisso com os (as) usuários (as), com base na liberdade, democracia, cidadania, justiça e igualdade social; (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
Considerando que o XXI Encontro Nacional CFAS/CRAS referendou a proposta de reformulação apresentada pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais,
Resolve:
Art. 1º Instituir o Código de Ética Profissional do (a) assistente social em anexo. (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
Art. 2º O Conselho Federal de Assistentes Sociais - CFAS, deverá incluir nas Carteiras de Identidade Profissional o inteiro teor do Código de Ética.
Art. 3º Determinar que o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Serviço Social procedam imediata e ampla divulgação do Código de Ética.
Art. 4º A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União, revogadas as disposições em contrário, em especial, a Resolução CFAS nº 195/1986, de 09.05.1986.
MARLISE VINAGRE SILVA
ANEXOINTRODUÇÃO
A história recente da sociedade brasileira, polarizada pela luta dos setores democráticos contra a ditadura e, em seguida, pela consolidação das liberdades políticas, propiciou uma rica experiência para todos os sujeitos sociais. Valores e práticas até então secundarizados (a defesa dos direitos civis, o reconhecimento positivo das peculiaridades individuais e sociais, o respeito à diversidade, etc.) adquiriram novos estatutos, adensando o elenco de reivindicações da cidadania. Particularmente para as categorias profissionais, esta experiência ressituou as questões do seu compromisso ético-político e da avaliação da qualidade dos seus serviços.
Nestas décadas, o Serviço Social experimentou no Brasil um profundo processo de renovação. Na intercorrência de mudanças ocorridas na sociedade brasileira com o próprio acúmulo profissional, o Serviço Social se desenvolveu teórica e praticamente, laicizou-se, diferenciou-se e, na entrada dos anos noventa, apresenta-se como profissão reconhecida academicamente e legitimada socialmente.
A dinâmica deste processo - que conduziu à consolidação profissional do Serviço Social - materializou-se em conquistas teóricas e ganhos práticos que se revelaram diversamente no universo profissional. No plano da reflexão e da normatização ética, o Código de Ética Profissional de 1986 foi uma expressão daquelas conquistas e ganhos, através de dois procedimentos: negação da base filosófica tradicional, nitidamente conservadora, que norteava a ética da neutralidade e afirmação de um novo perfil do (a) técnico (a), não mais um agente subalterno e apenas executivo, mas um profissional competente teórica, técnica e politicamente. (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
De fato, construía-se um projeto profissional que, vinculado a um projeto social radicalmente democrático, redimensionava a inserção do Serviço Social na vida brasileira, compromissando-o com os interesses históricos da massa da população trabalhadora. O amadurecimento deste projeto profissional, mais as alterações ocorrentes na sociedade brasileira (com destaque para a ordenação jurídica consagrada na Constituição de 1988), passou a exigir uma melhor explicitação do sentido imanente do Código de 1986. Tratava-se de objetivar com mais rigor as implicitações dos princípios conquistados e plasmados naquele documento, tanto para fundar mais adequadamente os seus parâmetros éticos quanto para permitir uma melhor instrumentalização deles na prática cotidiana do exercício profissional.
A necessidade da revisão do Código de 1986 vinha sendo sentida nos organismos profissionais desde fins dos anos oitenta. Foi agendada na plataforma programática da gestão 1990/1993 do CFAS. Entrou na ordem do dia com o I Seminário Nacional de Ética (agosto de 1991) perpassou o VII CBAS (maio de 1992) e culminou no II Seminário Nacional de Ética (novembro de 1992), envolvendo, além do conjunto CFAS/CRAS, a ABESS, a ANAS e a SESSUNE. O grau de ativa participação de assistentes sociais de todo o País assegura que este novo Código, produzido no marco do mais abrangente debate da categoria, expressa as aspirações coletivas dos profissionais brasileiros.
A revisão do texto de 1986 processou-se em dois níveis. Reafirmando os seus valores fundantes - a liberdade e a justiça social -, articulou-os a partir da exigência democrática: a democracia é tomada como valor ético-político central, na medida em que é o único padrão de organização político-social capaz de assegurar a explicitação dos valores essenciais da liberdade e da eqüidade. É ela, ademais, que favorece a ultrapassagem das limitações reais que a ordem burguesa impõe ao desenvolvimento pleno da cidadania, dos direitos e garantias individuais e sociais e das tendências à autonomia e à autogestão social. Em segundo lugar, cuidou-se de precisar a normatização do exercício profissional de modo a permitir que aqueles valores sejam retraduzidos no relacionamento entre assistentes sociais, instituições/organizações e população, preservando-se os direitos e deveres profissionais, a qualidade dos serviços e a responsabilidade diante do (a) usuário (a). (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
A revisão a que se procedeu, compatível com o espírito do texto de 1986, partiu da compreensão de que a ética deve ter como suporte uma ontologia do ser social: os valores são determinações da prática social, resultantes da atividade criadora tipificada no processo de trabalho. É mediante o processo de trabalho que o ser social se constitui, se instaura como distinto do ser natural, dispondo de capacidade teleológica, projetiva, consciente; é por esta socialização que ele se põe como ser capaz de liberdade. Esta concepção já contém, em si mesma, uma projeção de sociedade - aquela em que se propicie aos trabalhadores um pleno desenvolvimento para a invenção e vivência de novos valores, o que, evidentemente, supõe a erradicação de todos os processos de exploração, opressão e alienação. É ao projeto social aí implicado que se conecta o projeto profissional do Serviço Social - e cabe pensar a ética como pressuposto teórico-político que remete para o enfrentamento das contradições postas à profissão, a partir de uma visão crítica, e fundamentada teoricamente, das derivações ético-políticas do agir profissional.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
I - Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
II - Defesa intransigente dos direitos humanos (as) e recusa do arbítrio e do autoritarismo; (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
III - Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
IV - Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
- Posicionamento em favor da eqüidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática. (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
VI - Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
VII - Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual; (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
VIII - Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero; (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
IX - Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores (as); (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
X - Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
XI - Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, identidade de gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, idade e condição física. (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
TÍTULO IArt. 1º Compete ao Conselho Federal de Serviço Social:
a) zelar pela observância dos princípios e diretrizes deste Código, fiscalizando as ações dos Conselhos Regionais e a prática exercida pelos (as) profissionais, instituições e organizações na área do Serviço Social; (Redação dada à alínea pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
b) introduzir alteração neste Código, através de uma ampla participação da categoria, num processo desenvolvido em ação conjunta com os Conselhos Regionais;
c) como Tribunal Superior de Ética Profissional, firmar jurisprudência na observância deste Código e nos casos omissos.
Parágrafo único. Compete aos Conselhos Regionais, nas áreas de suas respectivas jurisdições, zelar pela observância dos princípios e diretrizes deste Código, e funcionar como órgão julgador de primeira instância.
TÍTULO IIArt. 2º Constituem direitos do (a) assistente social: (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
a) garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código;
b) livre exercício das atividades inerentes à Profissão;
c) participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na formulação e implementação de programas sociais;
d) inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo profissional;
e) desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional;
f) aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos princípios deste Código;
g) pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de assuntos de interesse da população;
h) ampla autonomia no exercício da Profissão, não sendo obrigado a prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções;
i) liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos.
Art. 3º São deveres do (a) assistente social: (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
a) desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e responsabilidade, observando a legislação em vigor;
b) utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da Profissão;
c) abster-se, no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem a censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes;
d) participar de programas de socorro à população em situação de calamidade pública, no atendimento e defesa de seus interesses e necessidades.
Art. 4º É vedado ao assistente social:
a) transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de Regulamentação da Profissão;
b) praticar e ser conivente com condutas anti-éticas, crimes ou contravenções penais na prestação de serviços profissionais, com base nos princípios deste Código, mesmo que estes sejam praticados por outros profissionais;
c) acatar determinação institucional que fira os princípios e diretrizes deste Código;
d) compactuar com o exercício ilegal da Profissão, inclusive nos casos de estagiários que exerçam atribuições específicas, em substituição aos profissionais;
e) permitir ou exercer a supervisão de aluno de Serviço Social em Instituições Públicas ou Privadas que não tenham em seu quadro assistente social que realize acompanhamento direto ao aluno estagiário;
f) assumir responsabilidade por atividade para as quais não esteja capacitado pessoal e tecnicamente;
g) substituir profissional que tenha sido exonerado por defender os princípios da ética profissional, enquanto perdurar o motivo da exoneração, demissão ou transferência;
h) pleitear para si ou para outrem emprego, cargo ou função que estejam sendo exercidos por colega;
i) adulterar resultados e fazer declarações falaciosas sobre situações ou estudos de que tome conhecimento;
j) assinar ou publicar em seu nome ou de outrem trabalhos de terceiros, mesmo que executados sob sua orientação.
TÍTULO IIIArt. 5º São deveres do (a) assistente social nas suas relações com os usuários: (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
a) contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões institucionais;
b) garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e conseqüências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos usuários, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos profissionais resguardados os princípios deste Código;
c) democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no espaço institucional, como um dos mecanismos indispensáveis à participação dos usuários;
d) devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários, no sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento dos seus interesses;
e) informar à população usuária sobre a utilização de materiais de registro audio-visual e pesquisas a elas referentes e a forma de sistematização dos dados obtidos;
f) fornecer à população usuária, quando solicitado, informações concernentes ao trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas conclusões, resguardado o sigilo profissional;
g) contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os usuários, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados;
h) esclarecer aos usuários, ao iniciar o trabalho, sobre os objetivos e a amplitude de sua atuação profissional.
Art. 6º É vedado ao assistente social:
a) exercer sua autoridade de maneira a limitar ou cercear o direito do usuário de participar e decidir livremente sobre seus interesses;
b) aproveitar-se de situações decorrentes da relação assistente social - usuário, para obter vantagens pessoais ou para terceiros;
c) bloquear o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelas instituições, através de atitudes que venham coagir e/ou desrespeitar aqueles que buscam o atendimento de seus direitos.
CAPÍTULO IIArt. 7º Constituem direitos do (a) assistente social: (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
a) dispor de condições de trabalho condignas, seja em entidade pública ou privada, de forma a garantir a qualidade do exercício profissional;
b) ter livre acesso à população usuária;
c) ter acesso a informações institucionais que se relacionem aos programas e políticas sociais e sejam necessárias ao pleno exercício das atribuições profissionais;
d) integrar comissões interdisciplinares de ética nos locais de trabalho do profissional, tanto no que se refere à avaliação da conduta profissional, como em relação às decisões quanto às políticas institucionais.
Art. 8º São deveres do (a) assistente social: (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
a) programar, administrar, executar e repassar os serviços sociais assegurados institucionalmente;
b) denunciar falhas nos regulamentos, normas e programas da instituição em que trabalha, quando os mesmos estiverem ferindo os princípios e diretrizes desse Código, mobilizando, inclusive, o Conselho Regional, caso se faça necessário;
c) contribuir para a alteração da correlação de forças institucionais, apoiando as legítimas demandas de interesses da população usuária;
d) empenhar-se na viabilização dos direitos sociais dos usuários, através dos programas e políticas sociais;
e) empregar com transparência as verbas sob a sua responsabilidade, de acordo com os interesses e necessidades coletivas dos usuários.
Art. 9º É vedado ao assistente social:
a) emprestar seu nome e registro profissional a firmas, organizações ou empresas para simulação do exercício efetivo do Serviço Social;
b) usar ou permitir o tráfico de influência para obtenção de emprego, desrespeitando concurso ou processos seletivos;
c) utilizar recursos institucionais (pessoal e/ou financeiro) para fins partidários, eleitorais e clientelistas.
CAPÍTULO IIIArt. 10. São deveres do (a) assistente social: (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
a) ser solidário com outros profissionais, sem, todavia, eximir-se de denunciar atos que contrariem os postulados éticos contidos neste Código;
b) repassar ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho;
c) mobilizar sua autoridade funcional, ao ocupar uma chefia, para a liberação de carga horária de subordinado, para fim de estudos e pesquisas que visem o aprimoramento profissional, bem como de representação ou delegação de entidade de organização da categoria e outras, dando igual oportunidade a todos;
d) incentivar, sempre que possível, a prática profissional interdisciplinar;
e) respeitar as normas e princípios éticos das outras profissões;
f) ao realizar crítica pública a colega e outros profissionais, fazê-lo sempre de maneira objetiva, construtiva e comprovável, assumindo sua inteira responsabilidade.
Art. 11. É vedado ao assistente social:
a) intervir na prestação de serviços que estejam sendo efetuados por outro profissional, salvo a pedido desse profissional; em caso de urgência, seguido da imediata comunicação ao profissional; ou quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada;
b) prevalecer-se de cargo de chefia para atos discriminatórios e de abuso de autoridade;
c) ser conivente com falhas éticas de acordo com os princípios deste Código e com erros técnicos praticados por assistente social e qualquer outro profissional;
d) prejudicar deliberadamente o trabalho e a reputação de outro profissional.
CAPÍTULO IVArt. 12. Constituem direitos do (a) assistente social: (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
a) participar em sociedades científicas e em entidades representativas e de organização da categoria que tenham por finalidade, respectivamente, a produção de conhecimento, a defesa e a fiscalização do exercício profissional;
b) apoiar e/ou participar dos movimentos sociais e organizações populares vinculados à luta pela consolidação e ampliação da democracia e dos direitos de cidadania.
Art. 13. São deveres do (a) assistente social: (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
a) denunciar ao Conselho Regional as instituições públicas ou privadas, onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar os usuários ou profissionais.
b) denunciar, no exercício da profissão, às entidades de organização da categoria, às autoridades e aos órgãos competentes, casos de violação da Lei e dos Direitos Humanos, quanto a: corrupção, maus tratos, torturas, ausência de condições mínimas de sobrevivência, discriminação, preconceito, abuso de autoridade individual e institucional, qualquer forma de agressão ou falta de respeito à integridade física, social e mental do cidadão;
c) respeitar a autonomia dos movimentos populares e das organizações das classes trabalhadoras.
Art. 14. É vedado ao assistente social valer-se de posição ocupada na direção de entidade da categoria para obter vantagens pessoais, diretamente ou através de terceiros.
CAPÍTULO VArt. 15. Constitui direito do (a) assistente social manter o sigilo profissional. (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
Art. 16. O sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo de que o (a) assistente social tome conhecimento, como decorrência do exercício da atividade profissional. (Redação dada ao caput pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
Parágrafo único. Em trabalho multidisciplinar só poderão ser prestadas informações dentro dos limites do estritamente necessário.
Art. 17. É vedado ao assistente social revelar sigilo profissional.
Art. 18. A quebra do sigilo só é admissível, quando se tratarem de situações cuja gravidade possa, envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses do usuário, de terceiros e da coletividade.
Parágrafo único. A revelação será feita dentro do estritamente necessário quer em relação ao assunto revelado, quer ao grau e número de pessoas que dele devam tomar conhecimento.
CAPÍTULO VIArt. 19. São deveres do (a) assistente social: (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
a) apresentar à justiça, quando convocado na qualidade de perito ou testemunha, as conclusões do seu laudo ou depoimento, sem extrapolar o âmbito da competência profissional e violar os princípios éticos contidos neste Código.
b) comparecer perante a autoridade competente, quando intimado a prestar depoimento, para declarar que está obrigado a guardar sigilo profissional nos termos deste Código e da Legislação em vigor.
Art. 20. É vedado ao assistente social:
a) depor como testemunha sobre situação sigilosa do usuário de que tenha conhecimento no exercício profissional, mesmo quando autorizado. (Redação dada à alínea pela Resolução CFESS nº 290, de 06.02.1994, DOU 11.02.1994)
b) aceitar nomeação como perito e/ou atuar em perícia quando a situação não se caracterizar como área de sua competência ou de sua atribuição profissional, ou quando infringir os dispositivos legais relacionados a impedimentos ou suspeição.
TÍTULO IVArt. 21. São deveres do (a) assistente social: (Redação dada pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
a) cumprir e fazer cumprir este Código;
b) denunciar ao Conselho Regional de Assistentes Sociais, através de comunicação fundamentada, qualquer forma de exercício irregular da profissão, infrações a princípios e diretrizes deste código e da legislação profissional;
c) informar, esclarecer e orientar os estudantes, na docência ou supervisão, quanto aos princípios e normas contidas neste Código.
Art. 22. Constituem infrações disciplinares:
a) exercer a Profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos;
b) não cumprir no prazo estabelecido determinação emanada do órgão ou autoridade dos Conselhos, em matéria destes, depois de regularmente notificado;
c) deixar de pagar, regularmente, as anuidades e contribuições devidas ao Conselho Regional de Assistentes Sociais a que esteja obrigado;
d) participar de instituição que tendo por objeto o Serviço Social, não esteja inscrita no Conselho Regional;
e) fazer ou apresentar, declaração, documento falso ou adulterado, perante o Conselho Regional ou Federal.
Das Penalidades
Art. 23. As infrações a este Código acarretarão penalidades, desde a multa à cassação do exercício profissional, na forma dos dispositivos legais e/ou regimentais.
Art. 24. As penalidades aplicáveis são as seguintes:
a) multa;
b) advertência reservada;
c) advertência pública;
d) suspensão do exercício profissional;
e) cassação do registro profissional.
Parágrafo único. Serão eliminados dos quadros dos CRAS, aqueles que fizerem falsa prova dos requisitos exigidos nos Conselhos.
Art. 25. A pena de suspensão acarreta ao assistente social a interdição do exercício profissional em todo território nacional, pelo prazo de 30 (trinta) dias a 2 (dois) anos. (Redação dada ao caput pela Resolução CFESS nº 290, de 06.02.1994, DOU 11.02.1994)
Parágrafo único. A suspensão por falta de pagamento de anuidades e taxas só cessará com a satisfação do débito, podendo ser cassada a inscrição profissional após decorridos três anos da suspensão.
Art. 26. Serão considerados na aplicação das penas os antecedentes profissionais do infrator e as circunstâncias em que ocorreu a infração.
Art. 27. Salvo nos casos de gravidade manifesta, que exijam aplicação de penalidades mais rigorosas a imposição das penas obedecerá à gradação estabelecida pelo art. 24.
Art. 28. Para efeito da fixação da pena serão considerados especialmente graves as violações que digam respeito às seguintes disposições:
Art. 3º alínea c.
Art. 4º alínea a, b, c, g, i, j.
Art. 5º alínea b, f.
Art. 6º alínea a, b, c.
Art. 8º alínea b, e.
Art. 9º alínea a, b, c.
Art. 13. alínea b.
Art. 14. alínea a.
Art. 16.
Art. 17.
Parágrafo único. do art. 18.
Art. 19. alínea b.
Art. 20. alínea a, b.
Parágrafo único. As demais violações não previstas no caput, uma vez consideradas graves, autorização aplicação de penalidades mais severas, em conformidade com o art. 26.
Art. 29. A advertência reservada, ressalvada a hipótese prevista no art. 32 será confidencial, sendo que a advertência pública, suspensão e a cassação do exercício profissional serão efetivadas através de publicação em Diário Oficial e em outro órgão da imprensa, e afixados na sede do Conselho Regional onde estiver inserido o denunciado e na Delegacia Seccional do CRAS da jurisdição de seu domicílio.
Art. 30. Cumpre ao Conselho Regional a execução das decisões proferidas nos processos disciplinares.
Art. 31. Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso com efeito suspensivo ao CFAS.
Art. 32. A punibilidade do (a) assistente social, por falta sujeita a processo ético e disciplinar, prescreve em 05 (cinco) anos, contados da data da verificação do fato respectivo. (Redação dada ao artigo pela Resolução CFESS nº 594, de 21.01.2011, DOU 24.01.2011)
Art. 33. Na execução da pena de advertência reservada, não sendo encontrado o penalizado ou se este, após duas convocações, não comparecer no prazo fixado para receber a penalidade, será ela tornada pública.
§ 1º A pena de multa, ainda que o penalizado compareça para tomar conhecimento da decisão, será publicada nos termos do art. 29 deste Código, se não for devidamente quitada no prazo de 30 (trinta) dias, sem prejuízo da cobrança judicial.
§ 2º Em caso de cassação do exercício profissional, além dos editais e das comunicações feitas às autoridades competentes interessadas no assunto, proceder-se-á a apreensão da Carteira e Cédula de Identidade Profissional do infrator.
Art. 34. A pena de multa variará entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo do seu décuplo.
Art. 35. As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão resolvidos pelos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais ad referendum do Conselho Federal de Assistentes Sociais, a quem cabe firmar jurisprudência.
Art. 36. O presente Código entrará em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União, revogando-se as disposições em contrário.
CONSELHO FEDERAL DE ASSISTENTES SOCIAIS - GESTÃO 90/93
DIRETORIA - MEMBROS EFETIVOS
Presidente - Marlise Vinagre Silva
Vice-Presidente - Umbelina Maria Urias Novais
1ª Secretária - Laura Regina Maurício da Fonseca Lemos Duarte
2ª Secretária - Eda Gomes de Barros Lima
1º Tesoureiro - Carlos Magno Nunes
2ª Tesoureira - Valéria Maria de Massarani Gonelli
MEMBROS SUPLENTES
Maria Inês Bertão
Maria Carmelita Yazbech
Maria das Graças Soares Prola
Lina Sandra Ferreira de Lemos
CONSELHO FISCAL
Presidente - Maria Isabel Nobre Fernandes
1ª Vogal - Clarissa Andrade Carvalho
2ª Vogal - Maria Lúcia da Fonseca
MEMBROS SUPLENTES
Célia Maria Campos
Eliane de Oliveira