Lei Nº 11398 DE 08/05/2000


 Publicado no DOE - SC em 9 mai 2000


Dispõe sobre o tratamento diferenciado e simplificado à microempresa e à empresa de pequeno porte no campo do ICMS - SIMPLES/SC.


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(Revogado pela Lei nº 14.461 de 10/06/2008):

O Governador do Estado de Santa Catarina, Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º À microempresa e à empresa de pequeno porte é assegurado o tratamento diferenciado e simplificado previsto nesta Lei, denominado SIMPLES/SC, em relação às obrigações principal e acessórias do ICMS.

Art. 2º Para usufruir do tratamento previsto nesta Lei, a microempresa e a empresa de pequeno porte deverão:

I - declarar sua opção pelo Simples, na forma prevista em regulamento;

II - auferir receita bruta anual, no ano de seu enquadramento e no ano anterior se nele existente:

a) se microempresa, igual ou inferior a R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais); (Redação dada à alínea pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

b) se empresa de pequeno porte, superior a R$ 160.000,00 (cento. e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); (Redação dada à alínea pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

§ 1º - A receita bruta prevista neste artigo: (Antigo parágrafo único renomeado pela Lei nº 12.376, de 19.07.2002, DOE SC de 23.07.2002, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

I - será determinada em função do ano civil, considerando-se o período compreendido entre 1º de janeiro e 31 de dezembro;

II - terá seu limite calculado proporcionalmente ao número de meses de efetiva atividade quando o início das operações ocorrer após o mês de janeiro, o seu encerramento ocorrer antes do mês de dezembro ou quando forem suspensas por um ou mais meses do ano civil;

III - compreenderá:

a) as vendas de mercadorias e as prestações de serviços; (Redação dada à alínea pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

b) as receitas não operacionais, delas excluídas as receitas financeiras de juros, correção monetária e descontos;

c) as receitas auferidas em conjunto por todos os estabelecimentos da mesma empresa, dentro ou fora do território catarinense;

d) as receitas próprias e as auferidas pelo fundo de comércio ou estabelecimento comercial ou industrial adquirido pela empresa quando a mesma continuar a respectiva exploração sob o mesmo ou outro nome comercial;

e) as vendas de bens adquiridos para integrar o Ativo Imobilizado, salvo quando ocorridas após o uso normal a que se destinavam, considerando-se como tal o decurso de período não inferior a doze meses.

§ 2º - Os limites referidos no inciso II não compreenderão o valor das exportações para o exterior de mercadorias e serviços até o mesmo valor da receita bruta efetivamente auferida. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 12.376, de 19.07.2002, DOE SC de 23.07.2002, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

Art. 3º Não poderá optar pelo SIMPLES/SC:

I - a sociedade por ações;

II - a firma individual de propriedade de pessoa, seu cônjuge ou filhos menores, que seja sócia ou acionista de qualquer sociedade comercial, ressalvada a participação de até dez por cento;

III - a sociedade comercial:

a) de cujo capital participe outra sociedade comercial;

b) que seja sócia ou acionista de outra sociedade comercial, ressalvada a participação de até dez por cento;

IV - a sociedade comercial de cujo capital participe:

a) titular de firma individual, seu cônjugue ou filhos menores;

b) sócio ou acionista de outra sociedade comercial, seu conjugue ou filhos menores, ressalvada a participação de até dez por cento;

V - a pessoa jurídica ou a firma individual que:

a) realize operações de circulação de produtos primários, em estado natural ou simplesmente beneficiados, assim definidos em regulamento, excetuando-se a empresa que realize exclusivamente operações de saída desses produtos com destino a consumidor final localizado neste Estado;

b) preste serviços de transporte e de comunicação, exceto aquela que se enquadre nos requisitos da Lei Federal nº 9.841, de 05 de outubro de 1999;

c) realize operações com veículos automotores novos ou usados;

d) mantenha relação de interdependência com outra empresa.

§ 1º - O disposto nos incisos II e III, "b", não se aplica à participação de microempresas e empresas de pequeno porte em centrais de compras, bolsas de subcontratação, consórcios de exportação e outras associações assemelhadas.

§ 2º - Para os fins do inciso "V", "a", equiparam-se a consumidor final os bares, restaurantes e estabelecimentos similares.

§ 3º O disposto nos incisos II, III, 'b', IV, 'b' e V, 'd', não se aplica quando a sociedade comercial neles referida atuar em atividade econômica distinta. (NR) (Redação dada ao parágrafo pela Lei nº 12.822, de 18.12.2003, DOE SC 19.12.2003)

Art. 4º As microempresas e as empresas de pequeno porte, conforme definidas nesta Lei, ficam sujeitas, mensalmente, ao recolhimento, a título de ICMS, do valor equivalente:

I - a R$ 25,00 (vinte e cinco reais) mensais se a receita tributável auferida no mês exceder a R$ 1,00 e for igual ou inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais); (NR) (Redação dada ao inciso pela Lei nº 12.822, de 18.12.2003, DOE SC 19.12.2003)

II - ao somatório do resultado da aplicação dos seguintes percentuais sobre a receita tributável auferida no mês, se esta for superior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais):

a) cinco décimos por cento sobre a parcela da receita tributável mensal que for igual ou inferior a R$ 8.800,00 (oito mil e oitocentos reais); (Redação dada à alínea pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

b) um por cento sobre a parcela da receita tributável mensal que exceder a R$ 8.800,00 (oito mil e oitocentos reais) e for igual ou inferior a R$ 17.700,00. (dezessete mil e setecentos reais); (Redação dada à alínea pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

c) um inteiro e noventa e cinco centésimos por cento sobre a parcela da receita tributável mensal que exceder a R$ 17:700,00 (dezessete mil e setecentos reais) e for igual ou inferior a R$ 35.600,00 (trinta e cinco mil e seiscentos reais); (Redação dada à alínea pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

d) três inteiros e setenta e cinco centésimos por cento sobre a parcela da receita tributável mensal que exceder a R$ 35.600,00 (trinta e cinco mil e seiscentos reais) e for igual ou inferior a R$ 71.000,00 (setenta e um mil reais); (Redação dada à alínea pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

e) quatro inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento sobre a parcela da receita tributável mensal que exceder a R$ 71.000,00 (setenta e um mil reais) e for igual ou inferior a R$ 106.800,00 (cento e seis mil e oitocentos reais); e (Redação dada à alínea pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

f) cinco inteiros e noventa e cinco centésimos por cento sobre a parcela da receita tributável mensal que exceder a R$ 106.800,00 (cento e seis mil e oitocentos reais). (Redação dada à alínea pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

§ 1º Será considerada receita tributável, para os fins deste artigo, a receita bruta, como definida no inciso III do parágrafo único do art. 2º, deduzida dos valores correspondentes:

I - às vendas desfeitas;

II - às devoluções de mercadorias adquiridas;

Ill - às transferências em operações internas;

IV - aos descontos incondicionais concedidos;

V - às operações internas decorrentes de remessas para depósito, armazenagem, demonstração, feira ou exposição, industrialização ou conserto;

VI - às mercadorias cujo imposto foi retido por substituição tributária;

VII - ao retomo das mercadorias remetidas para venda fora do estabelecimento que não tenham sido vendidas.

VIII - às exportações de mercadorias e serviços. (Inciso acrescentado pela Lei nº 12.376, de 19.07.2002, DOE SC de 23.07.2002, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

IX - aos serviços compreendidos na competência tributária dos Municípios; e (Inciso acrescentado pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

X - às receitas auferidas pelos estabelecimentos localizados fora do território catarinense. (Inciso acrescentado pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

§ 2º Ultrapassado o limite de receita bruta anual previsto no inciso II do art. 2º, o contribuinte fica excluído do SIMPLES/SC, passando ao regime normal de apuração do imposto a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua ocorrência.

§ 3º Aplica-se também a regra do parágrafo anterior no caso da microempresa ou empresa de pequeno porte pedir voluntariamente a sua exclusão do SIMPLES/SC.

Art. 4º-A. À microempresa, como definida na alínea "a" do inciso II do art. 2º, que mantenha regularidade no pagamento do imposto, por período de onze meses consecutivos, fica concedido crédito equivalente a um mês de recolhimento, apropriável no primeiro mês subseqüente ao período aquisitivo do benefício.

§ 1º O valor do benefício previsto neste artigo fica limitado à média dos recolhimentos, apurados na forma dos incisos I e II do art. 4º, efetuados pela microempresa durante o período aquisitivo.

§ 2º O benefício previsto neste artigo somente se aplica à microempresa cuja soma das aquisições de mercadorias ou serviços, de fornecedores situados neste Estado, represente mais de 50% (cinqüenta por cento) do total das aquisições realizadas durante o período aquisitivo.

§ 3º O regulamento deverá definir a aplicação do disposto no parágrafo anterior. (Artigo acrescentado pela Lei nº 12.376, de 19.07.2002, DOE SC de 23.07.2002, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

Art. 5º O disposto no art. 4º não se aplica:

I - às entradas de bens importados do exterior do país;

II - ao imposto devido por responsabilidade tributária, inclusive na hipótese do § 4º do art. 37 da Lei nº 10.297, de 26 de dezembro de 1996, e o devido por substituição tributária ou em etapas anteriores de circulação das mercadorias.

Parágrafo único. As disposições do inciso II deste artigo não se aplicam às entradas de matérias-primas originárias de produção rural de uvas, adquiridas para utilização na produção em território catarinense de vinhos e sucos de uva. (AC) (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 12.822, de 18.12.2003, DOE SC 19.12.2003)

Art. 6º Aos contribuintes que optarem pelo SIMPLES/SC fica vedada a apropriação de qualquer valor a título de crédito fiscal ou de incentivo, bem como a sua transferência.

Art. 7º Os contribuintes enquadrados no regime de que trata esta Lei, nas saídas com destino a contribuintes não enquadrados, deverão destacar o imposto nos respectivos documentos fiscais, observado o disposto na legislação própria, que será apropriado como crédito pelos adquirentes.

Parágrafo único - O disposto no caput não se aplica em relação às mercadorias que gozem de qualquer tipo de benefício fiscal.

Art. 8º Será excluído do SIMPLES/SC o contribuinte que:

I - pleitear o seu enquadramento com base em informações falsas;

II - sonegar informações ao Fisco;

III - reincidir na prática da mesma infração à legislação tributária;

IV - receber mercadorias sem a emissão dos documentos fiscais correspondentes;

V - não informar ao Fisco que deixou de preencher as condições para o seu enquadramento, previstas nesta Lei.

Parágrafo único - O contribuinte excluído do SIMPLES/SEC, a partir do mês seguinte ao da ocorrência do fato que motivou o seu desenquadramento, deverá retornar ao regime normal de apuração e recolhimento do imposto.

Art. 9º Fica assegurado ao contribuinte o direito de creditar-se do imposto destacado nas notas fiscais de aquisição relativas às mercadorias existentes em estoque por ocasião da sua exclusão do SIMPLES/SC.

Art. 10. Aplica-se ao contribuinte que optar pelo SIM-PLES/SC, no que não for contrário ao estabelecido nesta Lei, o disposto na Lei nº 10.297, de 1996.

Parágrafo único. Na hipótese de infração à legislação tributária, independentemente da receita tributável, será exigido o imposto e seus acréscimos legais nos termos da Lei referida no caput. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 13.618, de 09.12.2005, DOE SC de 09.12.2005, com efeitos a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua publicação)

Art. 11. Aos créditos tributários relativos ao ICMS, decorrentes de fatos geradores ocorridos até a data da publicação desta Lei, devidos por contribuintes cadastrados como microempresa ou empresa de pequeno porte na data da ocorrência do fato gerador, fica concedido:

I - redução de oitenta por cento da multa e dos juros, desde que o saldo remanescente seja integralmente pago em até trinta dias contados da publicação desta Lei;

II - redução de sessenta por cento da multa e dos juros, desde que o saldo remanescente seja parcelado em até dez parcelas iguais e que a primeira parcela seja paga em até trinta dias contados da data da publicação desta Lei.

§ 1º - O disposto neste artigo aplica-se aos créditos tributários já parcelados ou reparcelados de responsabilidade dos contribuintes referidos no caput.

§ 2º - A extinção do crédito tributário com os benefícios deste artigo não importa, em qualquer hipótese, restituição ou compensação das importâncias pagas.

Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13. Ficam revogadas a Lei nº 9.830, de 16 de fevereiro de 1995, e demais disposições em contrário.

Florianópolis, 08 de maio de 2000.

Esperidião Amin Helou Filho

Governador do Estado

Celestino Roque Secco

Paulo Gilberto Gouvêa da Costa

Odacir Zonta

Marli Barrentin Nacif

João Omar Macagnan

Miriam Schlickmann

Antônio Carlos Vieira

Paulo Cesar Ramos de Oliveira

Eni José Voltolini

Antenor Chinato Ribeiro

Leodegar da Cunha Tiscoski